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terça-feira, 29 de março de 2011

Hip Hop do Tarja Preta é a vanguarda da revolução feminina.

Na luta pela afirmação do papel da mulher na sociedade, o grupo de Hip Hop Tarja Preta (formado por duas mulheres) é a vanguarda da revolução feminina.






 
Numa sociedade machista o papel da mulher sempre foi colocado de forma secundária para não dizer inexistente. Desde a revolução feminina na década de sessenta, a condição da mulher na sociedade tem tido alguns avanços, isso comparado há algumas décadas antes onde a mulher não tinha nem o direito de opinar sobre a própria vida. No entanto, a mulher ainda ocupa posições na sociedade que estão aquém de uma igualdade de gênero.
No mercado de trabalho, por exemplo: os cargos oferecidos as mulheres são sempre aqueles quais os homens não se interessam, e quando assumem determinados cargos exercidos também pelos homens, os salários são quase sempre menores.
Lembrando que, é a primeira vez na história do país que temos uma mulher na Presidência da República, é um grande avanço neste sentido, mas também muito ainda precisa ser feito.
Mas, se depender de Joice (Preta Rara) e Jaqueline (Negra Jaque) integrantes do grupo de Hip Hop Tarja Preta da Baixada Santista, essa luta tem militância garantida através de suas músicas com letras de temáticas fortes, discutindo a questão da mulher negra e pobre na sociedade, além de assuntos relacionados à exclusão social e também ao próprio preconceito que elas sofreram no início da carreira em alguns shows de Hip Hop, por serem mulheres ocupando espaços antes tidos como espaços masculinos. Tanto que na baixada elas são umas das únicas representante femininas do gênero.
O grupo foi formado em 2007 e tem ganhado seu espaço no grito, com talento atitude e respeito, a música Falsa Abolição é uma critica inteligente, forte e muito realista a respeito da condição da mulher negra na sociedade hoje, ainda mais quando ela é oriunda de camadas periféricas da sociedade. A música também fala da reconstrução de nossos verdadeiros heróis, como Zumbi e Dandara, ao contrário do que ensinam na escola - princesa Isabel a boazinha.
A música tem uma frase que chega ser um grito de guerra: “Mulher inteligente não usa o corpo usa a mente” Que segundo elas “é inadmissível que as mulheres aceitem ritmos que denigrem sua imagem e sua condição. Músicas de duplo sentido colocam a mulher como objeto e temos que lutar contra isso.”
Ativista também da Frente Nacional das Mulheres no Hip Hop, elas se preocupam com a mensagem que a música precisa levar as pessoas. E principalmente sobre o papel da mulher negra e periférica na sociedade, que precisa ser discutida constantemente.
Essa é a diferença que faz do grupo Tarja Preta um dos pioneiros na vanguarda da revolução feminina, sendo essas garotas duas autênticas revolucionárias que cumprem muito bem o seu papel contundente diante de uma sociedade machista.
Um salve a todas as mulheres que lutam dia a dia ocupando espaços e mostrando que a mulher sempre foi inteligente e guerreira e que seu papel na sociedade é muito mais que ficar a sombra de seres retrógrados e machistas.

(Publicado no: http://radiodajuventude.wordpress.com/2011/03/25/hip-hop-do-tarja-preta-e-a-vanguarda-da-revolucao-feminina/)


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